Como são feitas as pesquisas eleitorais e porque são importantes?

As pesquisas de intenção de voto são análises amplamente divulgadas durante o período eleitoral feitas por institutos (como Datafolha e Ibope) que buscam mostrar a opinião pública com relação ao voto para as eleições seguintes. Mas você sabe como são feitas as pesquisas eleitorais?

Basicamente, é selecionada uma parcela da população para responder entrevistas sobre a intenção de voto. Nessa hora, ficam dúvidas sobre a confiabilidade dessas pesquisas, o grau de veracidade dos dados, a margem de erro, a seleção dos entrevistados, entre tantas outras perguntas. Por isso, para nos aprofundarmos nesse assunto, desenvolvemos alguns tópicos com as principais dúvidas sobre esse tema. Confira abaixo!

Como é feita a seleção dos entrevistados?

A definição de quem serão os entrevistados varia de acordo com o instituto que realiza a pesquisa. Mas, geralmente, é escolhida uma amostra em função da população local — isso inclui cotas de gênero, idade, classe social, etc. Isso quer dizer que se em determinada região existem mais homens, por exemplo, o percentual da amostra deverá ser proporcional.

No caso de pesquisas nacionais, são consultadas as principais capitais e outras regiões aleatórias. No caso de pesquisas estaduais a regra é a mesma, municípios maiores devem participar obrigatoriamente e os menores são sorteados.

Como os entrevistados são abordados?

A abordagem pode ser feita em domicílio ou em lugares de grande fluxo. No primeiro caso o pesquisador busca de casa em casa pessoas com as características previamente definidas nos critérios de seleção. O próprio entrevistador assinala as respostas fornecidas pelas pessoas.

No segundo modelo a abordagem é feita com pessoas que passam no local, também de acordo com os critérios de seleção. Vale lembrar que as cotas proporcionais são baseadas em dados do IBGE e do Tribunal Superior Eleitoral.

De que forma é definido o tamanho da amostra?

Normalmente a amostra é feita com um número entre 1 mil e 4 mil pessoas que representam a população completa. Esse número é definido com base em um cálculo de margem de erro e confiabilidade. Os resultados devem se aproximar ao máximo da verdadeira intenção do eleitor, contudo há uma margem de erro.

Como é feita a conferência dos resultados?

De acordo com o código de ética das empresas que realizam as pesquisas, é necessário fazer checagem de 20% do que foi levantado. Isso quer dizer que se foram entrevistadas 2000 pessoas, é preciso fazer a verificação dos dados com 400.

A pessoa responsável pela validação da veracidade das informações (que não pode ser a pessoa que aplicou a pesquisa) deve abordar algumas pessoas anteriormente entrevistadas e conferir se suas respostas “batem” com as do pesquisador.

Quais são as metodologias mais utilizadas?

Apesar dos institutos utilizarem metodologias diferentes, em geral, a estrutura do questionário é composta de duas perguntas principais sendo uma considerada “espontânea” que não cita candidatos, apenas pergunta a intenção do voto, e outra contendo os nomes das opções de candidatos, considerada uma pergunta estimulada.

É importante ter esses dois tipos de pergunta, tanto para entender as principais opções dos eleitores, como para fazer comparações entre alguns candidatos. Para haver imparcialidade, os nomes dos candidatos são apresentados em formato de pizza, de modo que não exista uma ordem preferencial que possa interferir nos resultados.

Quais os principais órgãos de pesquisa para acompanhar?

Os principais institutos de pesquisa que realizam essas entrevistas sobre intenção de voto do eleitor são o IBGE, o Datafolha e o Vox Populi.

Como comparar os dados entre as principais pesquisas?

A comparação de dados entre as pesquisas de diferentes institutos pode apresentar muita divergência. Isso porque cada um possui um tipo de amostragem, metodologias diferentes, regiões distintas, critérios diferentes de seleção, etc.

Como é definida a margem de erro?

O contratante da pesquisa, que normalmente é algum veículo de comunicação, é quem define, logo de início, a margem de erro. Ele solicita ao instituto em questão que aplique uma pesquisa com até “X” pontos percentuais, para mais ou para menos. O tamanho da amostra que o instituto utilizará também tem base nessa margem.

Importante dizer que a margem de erro diminui conforme o número de entrevistados aumenta. Além disso, para conseguir alcançar uma margem de erro menor, diminuindo de 2% para 1%, por exemplo, o número da amostra teria que quadruplicar, e isso impacta drasticamente nos custos.

Como funciona o nível de confiabilidade?

Da mesma forma que a margem de erro, o nível de confiabilidade é estipulado antes da contratação da pesquisa. Para encontrar um percentual é necessário calcular com base no tamanho da amostra. Ou seja, se foi encontrado um percentual de 89% de nível de confiabilidade em um universo de 100 entrevistados, isso quer dizer que 89 das 100 pesquisas aplicadas possuem resultados dentro da margem de erro. Os outros 11% podem representar votos diferentes do prenunciado.

Qual o tempo ideal para divulgação de uma pesquisa?

Após a aplicação da pesquisa, ela deve ser tabulada e divulgada o quanto antes. Isso porque ela reflete um determinado momento em um cenário extremamente dinâmico e volátil. Ou seja, conforme o tempo passa os resultados da pesquisa ficam menos aderentes àquele momento, gerando resultados defasados.

A intenção de votos varia com o decorrer das campanhas políticas e de diversos outros fatores que podem interferir. Por exemplo, se um candidato “Y” está em segundo lugar nas intenções de voto em determinada semana, porém a mídia expõe um grande escândalo de corrupção envolvendo esse político, todo o resultado da pesquisa sofrerá impacto.

Como você viu, existe uma seriedade na maneira como são feitas as pesquisas eleitorais. Os institutos de pesquisa de opinião pública precisam obrigatoriamente registrar as pesquisas na Justiça Eleitoral, do contrário elas não podem ser divulgadas. Há um trabalho árduo em selecionar uma parcela da população que represente o mais próximo possível o todo da região a ser analisada, buscar imparcialidade nas questões e calcular a amostragem, assim como margem de erro e confiabilidade.

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